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Os carros do passado resistem e impõem uma derrota ao pacto ecológico europeu
Numa surpreendente decisão anunciada esta semana, a União Europeia decidiu adiar o fim dos carros alimentados por combustíveis fósseis em 2035. Bruxelas diz que com esta mudança pretende apoiar os esforços do sector na transição para a mobilidade limpa. A sua palavra de ordem é flexibilidade. Por um lado, aceita que as construtoras europeias e o mercado continuem a fabricar e vender carros a gasolina ou a diesel até um limite de 10% da produção. Por outro lado, reforça o apoio ao investimento em baterias e em veículos eléctricos construídos na União Europeia, exige mais incorporação de aço com menos teor de carbono e incentiva o uso de biocombustíveis. À superfície, a proposta da Comissão Europeia parece um ajuste na trajectória inscrita no pacto ecológico europeu. Mas não é bem assim. A mudança resulta de uma enorme pressão das construtoras que se atrasaram no investimento na mobilidade eléctrica. Uma pressão reforçada pelos estados membros onde esta indústria é mais relevante, a Alemanha e a Itália. E se, no geral, as empresas aplaudiram, houve outras que se juntaram aos ambientalistas num coro de protesto. Esta medida, dizem, vai atrasar o caminho para o futuro. Revela mais uma derrota na estratégia vanguardista da Europa no combate à crise climática. E, acrescentam, faz um enorme favor à China, o país que depois de anos de investimento se torna cada vez mais o campeão das energias limpas. Entre um compasso de espera e uma claudicação, como interpretar esta decisão da Comissão Europeia? Para nos ajudar a compreender este anúncio, temos connosco neste episódio Francisco Ferreira, professor no Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e presidente da associação ambientalista Zero. See omnystudio.com/listener for privacy information.
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