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Porque é que o Líbano pode ser uma guerra de todos contra todos?
Os bombardeamentos israelitas no Líbano provocaram cerca de 600 mortes e a evasão de milhares de pessoas do sul do país. Israel dá sinais de querer abrir uma nova frente de guerra e de alastrar o conflito no Médio Oriente. O Hezbollah também continuou a disparar contra o norte de Israel, mas a maioria dos rockets foi interceptada. Com esta sucessão de ataques, a guerra em Gaza, a catástrofe humanitária e a violência dos colonos na Cisjordânia passaram para um segundo plano. Este ataque ao chamado “eixo da resistência”, que inclui Hamas, Hezbollah ou os Houthis, grupos aliados do Irão, faz parte de uma estratégia do governo israelita para expandir a guerra na região. Por um lado, trata-se de uma forma de Benjamin Netanyahu prolongar a sua manutenção no poder, evitando os processos judiciais por suspeitas de corrupção. Por outro, a presidência dos EUA está numa posição de franqueza, em contagem decrescente para as presidenciais de Novembro. Ontem, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que "deveríamos todos ficar alarmados com a escalada. O Líbano está à beira do abismo. O povo do Líbano – o povo de Israel – e o povo do mundo – não se podem dar ao luxo de que o Líbano se torne outra Gaza", disse Guterres. Neste episódio, Tiago André Lopes, professor de Estudos Asiáticos e Diplomacia na Universidade Lusíada, observa que há o risco de o Líbano se tornar numa espécie de Somália, num estado permanentemente falhado, e na hipótese de uma guerra regional de todos contra todos. “O que está em curso”, diz, é o “castigo dos palestinianos e não a garantia da defesa do Estado de Israel”. See omnystudio.com/listener for privacy information.
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